17° Arrondissement
Tertúlia, 2011
Paris mulher
Se classificássemos as cidades por gênero, diríamos que Madrid é homem, Sevilha, mulher, Berlim, homem e Florença, mulher. Veneza, amantes, Londres, sir, Barcelona, juventude e Lisboa, Amália Rodrigues. Paris? Bien sûr ! Paris, mulher. Uma mulher cheirosa, elegante, de seios nus e com uma bandeira na mão — uma mulher que, sem dúvida, estaria vivendo no décimo sétimo arrondissement.
Não tenho muito para dizer sobre esse canto de Paris, contudo, chegamos ao bairro onde morou Rita Hayworth, Sarah Bernhardt e as escritoras Françoise Sagan e Colette; onde também viveram a família Dumas, Debussy, Manet, Ravel e Verlaine, mas quem quer falar do Paul, quando se tem diante de si Michelle, la belle?
Paris é assim: ela é bela como Hayworth, inteligente como Colette, frágil e independente como Sagan e acima dos homens, como Sarah. Penso que não existe um registro visual de Sarah Bernardt representando, mas ninguém ousa negar seus talentos. Paris é admirada, desejada e amada por todos. Paris é inesquecível, mesmo para aqueles que nunca a viram. Paris é virgem, Paris é mulher. Paris perdoa tudo, mas, como disse a própria Sarah, Paris não esquece.